A abstinência de Yasmin Brunet expõe os efeitos nocivos do “vape”
A edição deste ano do reality show da Rede Globo, BBB24, mal começou e já nos permite refletir sobre um hábito que tem afetado e prejudicado seriamente a vida de tantas pessoas: o vício em cigarros eletrônicos. A modelo Yasmin Brunet, uma das moradoras da casa mais vigiada do Brasil, revelou já estar sofrendo sintomas relacionados à falta do “vape”. Continue lendo para saber sobre os efeitos psicológicos, pouco discutidos, desse vício.
Todos já sabemos que os cigarros eletrônicos viraram uma febre nos últimos tempos, mas muitos não se dão conta que seus efeitos nocivos no corpo do indivíduo podem ser até maiores que os cigarros comuns e que eles vão além de sintomas físicos. Quando tratamos desse assunto sob uma ótica psicológica, é possível destacar vários efeitos destrutivos para o ser humano que podem ser, muitas vezes, irreversíveis.
Os cigarros eletrônicos são utilizados como uma alternativa para fugir do cigarro convencional. De diversos formatos, sabores e especificidades, eles ganharam o mercado, principalmente entre os jovens. Classificados pelos usuários como um “lazer”, apesar de ser proibida sua comercialização desde 2009, por serem mais práticos, além de possuírem odores diversos e criarem uma identificação entre os usuários.
No entanto, estão longe de ser um lazer inofensivo: apesar de conterem apenas vapores de nicotina líquida, eles possuem muitas substâncias tóxicas (mais de 80) e potenciais carcinogênicos que, associados ao incremento do metal e com o uso prolongado, provocam diversos sintomas negativos para a saúde dos seus usuários. Entre eles, podemos citar: falta de ar, fadigas intensas, aumento dos riscos cardiovasculares, potencial de intoxicação, vômitos, náuseas, tosse, febre, dores no peito, perda de peso, depressão respiratória, doenças pulmonares e câncer.
Efeitos psicológicos do vício em cigarro eletrônico
Ainda dentro da cesta dos malefícios causados pelos dispositivos eletrônicos para fumar, precisamos discutir também os sintomas psicológicos que, a longo prazo, são instaurados no usuário e que, em especial se o indivíduo já possui algum tipo de transtorno ou neurose associada, têm seu potencial destrutivo ainda mais elevado.
Estudos já comprovaram que, por exemplo, a ansiedade pode atingir níveis ainda mais extremos, propiciando a potencialização da síndrome do pânico e também da depressão em casos mais graves. Aliada a isso, a dependência psicológica atua no cérebro e induz uma falsa sensação de felicidade, que desencadeia a necessidade de fumar cada vez mais.
Ao inalar as toxinas do vapor, a pessoa tem a sensação de calmaria e prazer. Desta forma, sem suas tragadas no dispositivo, o fumante vê aumentarem seus níveis de estresse, a mudança de humor e a irritabilidade em seu dia-a-dia. Ou seja, um falso benefício oferecido pelo tabagismo por conta das sensações boas que refletem o ciclo vicioso e, consequentemente, demandam um consumo cada vez mais elevado do “vape”..
Todo excesso reflete uma falta
Enfim, trazendo tudo aqui exposto para a máxima de Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, que dizia “todo excesso reflete uma falta”, cabe a reflexão: onde está instaurada a carência do ser humano que vive em busca de tapar seus buracos emocionais através de alternativas tão prejudiciais e venenosas para seu corpo físico e sua saúde mental?
Não existe nenhuma garantia de que os malefícios e toxicidades ao organismo do cigarro eletrônico serão menores que os do cigarro convencional. Pelo contrário, já se sabe que as dependências química e psicológica podem potencializar o vício em favor de uma modernidade ou uma necessidade de pertencimento, certamente injustificáveis do ponto de vista do bem-estar do indivíduo. Portanto, a grande verdade é que, seja eletrônico ou convencional, o cigarro representa sérios riscos para a saúde humana.
Ser ou se tornar um viciado é uma sentença de morte. É preciso resgatar o equilíbrio e eliminar o vício provocado pelos eletrônicos e/ou convencionais, a fim de garantir a saúde plena do ser humano. Envie mensagem de texto para (21) 97023 – 8669 se você precisa de ajuda para lidar com o vício ou emoções que estejam levando você a alguma espécie de dependência.
Dr.ª Andrea Ladislau | Psicanalista