Precisamos compreender e refletir sobre os aspectos emocionais da mulher no pós-parto
No domingo de Páscoa, nasceu Lua, a primeira filha da influencer Viih Tube e do também ex-BBB, Eliezer. A jovem de 22 anos, sucesso nas redes sociais com milhões de seguidores durante os 9 meses de gestação, trouxe várias situações e episódios envolvendo a gravidez para sua audiência. Medos, insegurança, surpresas, angústias, curiosidades, transformações do corpo e do humor, entre outros sentimentos e emoções, foram expostos aos seguidores.
Uma nova realidade que muitas mulheres vivem ao se descobrirem grávidas. Um momento único que levanta importantes reflexões sobre o emocional feminino em meio ao período gestacional e o puerpério. Sem dúvida, fases que mexem muito com o psicológico e o emocional das mães e nos lembram que, junto com o bebê que nasce, nascem também os desafios do puerpério, que vai muito além do físico e sobrecarregam as emoções.
Ao longo dos meses de gestação, Viih Tube demonstrou essa realidade de adaptação, novos hábitos, novas rotinas para uma multidão de pessoas virtualmente. E é essa necessidade de ressignificação que a mãe sente na pele ao descobrir a gravidez, principalmente sendo uma marinheira de primeira viagem. Afinal, quanto mais aproximação com as questões relacionadas à maternidade, quanto mais preparo, menos surpresas terá no parto e no puerpério, tornando a gestação mais leve, assim como os primeiros meses da convivência dela com seu recém-nascido.
O que é o puerpério?
O período pós-parto, também conhecido como puerpério, refere-se a um momento de transição em que ocorrem intensas alterações fisiológicas e psicológicas nas mulheres, envolvendo tanto aspectos hormonais, como questões familiares e culturais. Ele começa após o nascimento do bebê e seu fim não é bem delimitado, podendo abranger até 36 meses após o nascimento.
Trata-se de uma fase muito delicada na vida de uma mulher, pois são várias mudanças. Ela entra em um processo de entendimento de sua nova vida. De forma natural, a sensibilidade passa a ser companheira frequente da mulher após o nascimento da criança. Nasce um bebê e nasce uma mãe, um pai e uma nova família. Noites mal dormidas, privação do sono, amamentação, descobertas inesperadas, elevação do senso de responsabilidade, angústia, culpa e aceitação das transformações corporais são alguns dos aspectos mais marcantes.
Muitas mulheres relatam o desejo por colo, a necessidade de uma rede de apoio para auxiliar em meio à adaptação da nova vida. E, dentro de todo esse caos, não podemos esquecer que mãe e filho estão se reconhecendo, criando vínculos afetivos, afeiçoando o contato e fortalecendo o amor singelo e puro proporcionado pela maternidade.
Vencendo os desafios emocionais da gestação e do puerpério
Talvez um dos maiores desafios da mulher seja, exatamente, ser mulher e carregar os milhares de rótulos que lhe são atribuídos. No entanto, não podemos esquecer do período de puerpério que exige que essa mulher —, sem deixar de lado o aspecto feminino, acolha a sua essência enquanto ser humano que também sofre, chora, tem medos, angústias, se decepciona, ama demais, enfim —, seja forte para receber uma nova vida que foi gerada. A maternidade faz com que a preparação do enxoval emocional, ao longo da espera por esse bebê, tenha seu lugar de importância, assim como o material (roupas e acessórios infantis). Ou seja, é a preparação para a maternidade real.
O lado trabalhoso e difícil do puerpério exige equilíbrio físico e emocional. É muito importante que, antes de engravidar e ao longo da gestação, essa mulher não negligencie sua saúde mental, que ela se cuide e se prepare para o momento mais intenso e visceral de sua vida: gerar outra vida. Uma nova vida que vai sugar toda sua atenção e seu amor maternal, requerendo que ela esteja bem para reconhecer e acolher esse novo ser, como sendo seu, através de seu próprio desejo de mãe.
Com o nascimento de Lua, Viih Tube passa agora a viver uma nova e mágica experiência na vida. São diversas maternidades em uma só. Nuances que nos apontam que cada mulher vai receber e sentir a gestação e o puerpério de forma única e individual. Algumas de maneira mais leve, outras podem enfrentar algumas dificuldades nesta adaptação. No entanto, o mais importante é que todos os papéis e desafios atribuídos ao sexo feminino precisam ser exercidos com equilíbrio. O pulo do gato é trabalhar o autoconhecimento, promovendo situações que favoreçam uma mente mais leve, sem autocobranças, com muito amor e autocuidado.
O puerpério pode ser bastante desafiador e, por isso, contar com acolhimento e apoio para atender às necessidades específicas de cada mulher é essencial. Esse suporte pode vir de diversas formas, entre eles, a psicanálise. Como diz um conhecido provérbio africano: “é preciso uma aldeia para criar uma criança”. Se você precisa ampliar sua aldeia e cuidar do seu puerpério emocional ou contribuir para dar leveza a uma grávida ou recém-mãe, fale comigo. Agende seu horário pelo WhatsApp: (21) 97023-8669.
Dra. Andrea Ladislau / Psicanalista