Andrea Ladislau

Barbie: uma reflexão psicológica sobre o filme

Como o filme nos faz refletir sobre os desafios do mundo real

Com muito rosa, nostalgia e bom humor, o recém-lançado filme da Barbie vem agitando as mídias e as telas de cinema. A classificação etária confirma que a história não é para crianças, por trazer reflexões profundas que vão muito além do imaginário infantil.

A história nos remete à existência da boneca, trazendo aspectos psicológicos que devem ser debatidos através da ótica dos desafios do mundo real e da nossa eterna busca de aprendizado em relação aos nossos sentimentos e emoções. Afinal, o mundo perfeito não existe nem na Barbielândia.

Essa versão da boneca desconstruída, madura e convicta da potência do feminismo demonstra a busca pela maturidade feminina. Mas, mais do que isso, também evidencia uma crítica de como a sociedade trata as mulheres e enxerga os homens. Além disso, o filme alimenta a discussão atual feminista que valoriza o não estereótipo da mulher com relação à estética, afirmando que a vida não é uma ficção.

É hora de dar fim ao mito da vida perfeita

A vida real é recheada de alegrias, tristezas e desafios, nos quais temos a oportunidade de crescer, aprender e abraçar nossa própria humanidade. O filme propõe uma jornada além do imaginário infantil, absolutamente riquíssimo em questões psíquicas. Podemos destacar a ênfase enraizada em comportamentos como empatia, bondade, igualdade de gêneros, diversidade, autoexpressão, criatividade, resiliência e a necessidade de resolução de problemas a partir da valorização da própria história, identificando os conflitos, sempre lembrando que existem coisas que somente você pode fazer.

Uma das mensagens mais marcantes do filme é a necessidade da quebra do tabu de que a vida não é perfeita, e você, mulher, também não precisa ser e tá tudo bem com isso!. Cada um de nós possui suas qualidades, fragilidades, seu modo de agir e particularidades que nos tornam únicos e especiais.

Dentro desse contexto, salta aos olhos a necessidade do gerenciamento das emoções, seja no mundo real ou até mesmo no mundo rosa da Barbie. Facilmente identificados na trama, a crise existencial, a autoaceitação, a sororidade e a dependência emocional (principalmente, do boneco Ken que sofre em uma busca eterna por aprovação e validação, por medo de ser abandonado pela Barbie) reforçam a necessidade de autoconhecimento para facilitar o gerenciamento de sentimentos como: ansiedade, tristeza, baixa autoestima, desespero, medo e insegurança.

A história da Barbie

A famosa história da boneca criada, em 1959, pela empresária Ruth Handler, é retratada destacando discussões importantes sobre saúde mental e bem-estar emocional, provocando a análise da compreensão e diálogo sobre sentimentos e emoções em dias atuais, visto que cada personagem representa uma faceta da psicologia humana em busca de autoconhecimento e crescimento pessoal.

Enfim, o filme mostra que a vida não é perfeita e nós também não somos. Assim como a Barbie também possui suas imperfeições, sejam elas estéticas ou não. Temas apontados no filme ressaltam a máxima de que a autenticidade e a autoaceitação servem para apontar que todos somos únicos e temos urgência em identificar nossa singularidade, assim como respeito por nós mesmos e pelos outros, a fim de cultivar um ambiente harmônico e inclusivo.

Barbie destaca que, sem autocuidado e equilíbrio emocional, dificilmente se consegue enfrentar as adversidades da vida, uma vez que o reconhecimento das emoções e o aprendizado em lidar com elas são fundamentais para nossa maturidade como parte do processo de crescimento.

Se você precisa de ajuda para lidar com essas questões, agende um horário e vamos conversar.

Dra. Andrea Ladislau / Psicanalista