Andrea Ladislau

Coronavírus: o excesso de informação e a saúde mental de uma população

Os danos à saúde mental causados pelo excesso de informações sobre o coronavírus

Hoje o mundo enfrenta uma das maiores crises sanitárias da história, com a disseminação do coronavírus disease (COVID-19), uma doença que surgiu na província chinesa de Wuhan e se espalhou pelo mundo em menos de seis meses, causando danos gigantescos tanto à saúde quanto à economia e ameaçando também a paz mundial.

No mundo globalizado em que vivemos, temos acesso à informação de forma cada vez mais rápida e fácil, o que é vantajoso na maioria das vezes, mas também pode ser muito perigoso em situações como a atual, pois o conteúdo dessa informação provém de diversas fontes, e muitas delas podem não ser confiáveis, o que acaba gerando histeria e pânico, levando o leitor ao descontrole e ao sentimento de insegurança.

Sintomas da doença e sua transmissão

As definições de tratamento do COVID-19, seus sintomas e sua transmissão são vagos e ainda geram muitas dúvidas. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas do coronavírus são, em sua maioria, respiratórios e se assemelham aos de um resfriado comum. Os principais são febre, tosse e dificuldade em respirar. A transmissão do vírus ocorre pelo ar ou pelo contato com secreções contaminadas, por isso é recomendado uso frequente do álcool em gel e a contínua lavagem das mãos.

Quanto aos pacientes suspeitos ou contaminados, estes são postos em quarentena, permanecendo em isolamento social, que, por sua vez, pode acarretar em quadros de solidão, intolerância, raiva e agressividade. Os danos à saúde mental causados pelas epidemias atingem a todos, incluindo os cuidadores e os profissionais de saúde, pois, ao entrar em contato direto com os pacientes, se veem diariamente a frente do medo, da ansiedade e da frustração, com a possibilidade crescente de contrair a doença, que pode deixá-los afastados de suas famílias e tirá-los de suas atividades. Logo, ataques de pânico, transtornos de ansiedade, depressão e agitação psicomotora são alguns dos sintomas mais comuns.

Os danos mentais causados pelo excesso de informação sobre o coronavírus

Diante do fácil e rápido acesso à informação e do advento tecnológico, o excesso de informações e a propagação das chamadas fake news (notícias falsas) causou um grande impacto viral, atraindo o público através de chamadas sensacionalistas, para informações muitas vezes falsas, que tendem a desestabilizar emocionalmente o leitor e causar pânico generalizado. A cada momento, mais informações são publicadas nas mídias, o que colabora para o aumento do desespero e do medo nas pessoas, transmitindo a elas a sensação de insegurança e da falta de discernimento sobre o real e o falso, além do sentimento de incerteza em relação aos dias futuros. Diante desse quadro, transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade generalizada e outros sintomas são usuais.

O que fazer diante da situação mundial atual?

Em momentos delicados como esse, em que a saúde e a economia mundial se encontram fragilizadas pela ameaça que o COVID-19 representa, é necessário não contribuir para o caos que já se instaurou, e procurar não fomentar ainda mais a sensação de pânico e medo. Evitar o compartilhamento de fake news e buscar informações verdadeiras sobre o vírus é essencial, sempre checando sua fonte e conteúdo. É de extrema importância respeitar as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), que preconiza medidas para evitar a doença e a contaminação de outros. Também é importante buscar a orientação de um profissional de saúde ao menor sintoma da doença e seguir as recomendações necessárias.

Informação e prevenção são essenciais, além de uma postura tranquila e serena, que é vital para a nossa vida e para as pessoas com as quais convivemos. Quando trabalhamos nossa inteligência emocional a favor da razão, o medo e a insegurança se tornam menos nocivos. Conscientize-se sobre os cuidados e precauções, assim você poderá encarar esta situação de maneira mais suave, evitando pânico e contribuindo para sua saúde mental. E, o mais importante: evite a propagação de notícias falsas, que geram angústia e pânico e contribuem para transtornos psíquicos de toda uma população.

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