Andrea Ladislau

A expulsão da Maria do BBB 22 expõe a importância do gerenciamento das emoções

Como a inteligência emocional ajuda a evitar episódios de “descontrole”

O programa Big Brother Brasil (BBB) é conhecido por colocar pessoas totalmente diferentes morando na mesma casa e tendo essa convivência exposta 24h por dia. Dias atrás, uma das participantes foi expulsa por um episódio de agressão e descontrole emocional. Antes de falarmos sobre esse episódio detalhadamente, precisamos falar sobre a importância de buscarmos, continuamente, o melhor gerenciamento das emoções. Toda pessoa que tenha desenvolvido inteligência emocional é capaz de nomear corretamente o que sente, compreender o que os outros estão sentindo e agir de forma a beneficiar os envolvidos.

Como psicanalista, estou sempre reforçando entre meus pacientes, a importância de desenvolver essa competência. Frequentemente, destaco os benefícios do melhor entendimento e compreensão do que estamos sentindo, do controle dessas emoções e da importância de não agir apenas por impulso. Dias atrás, a expulsão da Maria me chamou a atenção exatamente pelo aspecto do descontrole. Neste caso em questão, aconteceu uma explosão de raiva decorrente da dinâmica que estava sendo jogada pelos participantes. O que não justifica, nunca, um ato de agressão. Continue lendo para saber como a Psicologia pode ajudar a lidar com a raiva e demais emoções e sentimentos.

Como a Psicologia ajuda a lidar com a raiva?

A atriz e cantora Maria apresentou um típico comportamento relativo a uma explosão de raiva. Pouco tempo depois, explicou que sentiu muito ódio da adversária e não raciocinou sobre o ato. Usou o impulso raivoso e cometeu a agressão que a colocou para fora da casa do BBB.

No âmbito psicológico e psicanalítico, destaco o grande perigo da falta de manejo adequado do sentimento da raiva. Lembrando que todos nós temos e sentimos todo tipo de emoções, Tanto as positivas quanto as negativas, como: raiva, ódio, inveja, ciúmes, tristeza, entre outras. Ou seja, todas as emoções são inerentes ao ser humano.

A questão é como lidar com os sentimentos negativos e se estamos alimentando mais positividade ou negatividade. Esse manejo serve para auxiliar nosso comportamento e orientar nossas relações interpessoais, seja no mundo corporativo, social, familiar ou íntimo.

Porém, também não devemos nos esquecer que, em um reality show, onde as pessoas são colocadas à prova a cada segundo, vigiadas por inúmeras câmeras e provocadas a se colocarem em situação de vulnerabilidade, certamente, o controle emocional passa a ser o maior desafio do participante, independente do gênero, pois os seus sentimentos podem se classificar como sendo seus maiores aliados ou seus mais terríveis inimigos durante o jogo.

Maria chegou a dizer que, em outra situação, colocou um cartão na testa de Arthur Aguiar com força desproporcional. Ficou nítido, nessas duas situações vividas dentro do programa, que a participante, quando em situações conflitantes, acaba agindo pelo impulso e, com isso, perde a razão, levantando até o famoso “eco do cancelamento”.

A cultura do cancelamento é provocada pelo excesso de exposição aliado a uma latente necessidade de pertencimento, movimentando uma explosão de temas sensíveis no que diz respeito ao cunho social, que aquecem o caldeirão e promovem o temido linchamento virtual.

Autoconhecimento para desenvolver inteligência emocional

Por meio do autoconhecimento é possível conhecer melhor seus gatilhos e se blindar de atitudes negativas que a afastam de um saudável convívio social. E isso não vale só para a atriz, isso serve para todos os indivíduos que precisam se encontrar e controlar suas emoções.

No caso específico da ex-BBB, suas questões relacionadas à impulsividade e à falta de autocontrole que estimulam as explosões de agressividade, sugerem algum distúrbio emocional, seja uma depressão ou uma crise de ansiedade.

No entanto, não se pode fechar um diagnóstico específico em relação a seus transtornos, pois é importante que ela busque a resposta na terapia ou tratamento psicoterápico, que estimulem caminhos e ferramentas para domar seus ímpetos, além de trabalhar sentimentos e emoções latentes.

Enfim, são muitos os ganhos para quem compreende o que está sentindo e não faz uso da impulsividade. O maior desafio do ser humano está no fato de que é extremamente necessário saber domar seus monstros inconscientes. 

Com a ajuda de um profissional de saúde mental, a prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável, o autocontrole e a cautela nas conexões sociais em que o indivíduo busca pertencer, sem dúvida alguma, o ser humano experimentará as dádivas de um perfeito gerenciamento emocional que o levará ao equilíbrio e a e uma maior assertividade em sua comunicação.

Dra. Andréa Ladislau.
Psicanalista.

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