Como o inverno e o frio influenciam no aumento dos casos de depressão.
Com a chegada do inverno semanas atrás, várias cidades do Brasil estão sofrendo com o frio e as baixas temperaturas. Casacos pesados, luvas, botas, entre outros acessórios de inverno, apesar de estarmos no outono, saíram dos armários. Além disso, as doenças respiratórias também deram o ar da graça. Muito além dos problemas de saúde física, também observamos uma profunda relação entre a depressão, o frio e as baixas temperaturas.
A depressão entra em cena sempre que enfrentamos mudanças climáticas bruscas. E como o clima tem influência no humor, mesmo quem gosta de frio pode sentir os impactos emocionais, principalmente se já possuírem uma leve tendência à depressão.
Sabemos que a depressão é considerada pela OMS — Organização Mundial de Saúde — como o “mal do século”. Ela atinge um número cada vez maior de pessoas e pode, se não for tratada, trazer consequências irreversíveis para a vida do indivíduo. Muitas são as causas possíveis para esse transtorno: problemas genéticos, estresse pós-traumático, entre outros. Porém, as mudanças de temperatura e, em especial, o frio intenso, podem contribuir para agravar quem sofre desse problema ou mesmo desencadear gatilhos que provoquem o surgimento da depressão.
Depressão e baixas temperaturas
Estudos revelam que uma pessoa ativa, em constante atividade física ou motivada com as tarefas cotidianas, ao se deparar com a baixa temperatura, poderá ter sua rotina de vida alterada a tal ponto que sofrerá modificações em algumas áreas cerebrais responsáveis pelo equilíbrio e bem-estar, visto que é inevitável a alteração do humor que favorece os sintomas depressivos. Isso acontece porque, em temperaturas drasticamente mais baixas, é natural que a movimentação do indivíduo seja reduzida.
Também podemos identificar a queda da energia, do ânimo e dos impulsos de vontade habituais, pois é um período em que a lentidão do pensamento e o desânimo contribuem para que o indivíduo sinta a necessidade do isolamento social.
Esse é um dos fatores de intensa aplicabilidade no surgimento e potencialização da depressão. Além disso, neste período sazonal do ano, também temos as baixas luminosidades. Em alguns momentos do dia, o sol frio desaparece, o céu fica escuro e parece que a noite se antecipou.
A ciência explica a relação entre a depressão e o frio?
A explicação biológica para este fenômeno é a detecção da baixa luminosidade por algumas áreas específicas do nosso cérebro, o hipotálamo e o pineal, que também regulam o ciclo de humor no organismo. A falta de luminosidade também causa mudanças na melatonina, hormônio secretado pelo cérebro durante a noite e inibido pela manhã, quando o sol nasce. Por isso, as pessoas permanecem no padrão noturno, o que causa sonolência, cansaço, irritação, tristeza e fome maior do que o normal.
Enfim, como evitar esse desânimo ou tristeza nesses períodos? O ideal é fazer caminhadas ao ar livre bem agasalhado, sem desanimar e deixar a preguiça de lado, ou seja, apostar nos exercícios físicos, que estimulam a liberação de endorfinas, hormônio ligado à sensação de prazer, que vai melhorar o humor e afastar pensamentos negativos.
O importante é não ficar parado. Cancelar compromissos por conta do desânimo pode ser prejudicial à sua autoestima. É preciso atribuir significados positivos ao frio. Portanto, tente ser otimista pensando em boas memórias dos momentos frios e, em casos mais extremos, busque a terapia para encontrar um equilíbrio emocional.
A depressão, independentemente da estação do ano ou das temperaturas, precisa ser tratada. Agende seu horário comigo pelo WhatsApp (21) 97023-8669. Eu atendo presencialmente e on-line.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista.