Saiba como diferenciar a preocupação excessiva com higiene e um quadro de TOC.
Vivemos hoje um momento inédito de instabilidade sanitária, econômica e consequentemente emocional, em que sentimentos como ansiedade, pânico, estresse e medo se tornaram reais diante de um inimigo invisível, o coronavírus. Neste sentido, em função do isolamento social, as pessoas que sofrem com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) podem ter seu quadro psíquico agravado. O coronavírus também pode favorecer esse agravamento por ser um estímulo externo que contribui para a instabilidade do portador da doença. Essa piora é individualizada e vai se manifestar em cada pessoa de uma maneira. Entretanto, o transtorno pode se potencializar se já existir uma tendência compulsiva e exagerada na lavagem das mãos ou no excesso de limpeza. Neste blog post, vou falar das diferenças entre o TOC e a preocupação excessiva com a higiene, vem comigo!
Transtorno Obsessivo Compulsivo: o que é?
O TOC é uma disfunção psicológica associada a um “conjunto de manias” que apresenta compulsões e repetições nos hábitos executados, de forma involuntária e que trazem prejuízos funcionais no cumprimento das tarefas cotidianas. A pessoa passa a criar rituais, desenvolvendo em sua mente preocupações excessivas, pensamentos impróprios e distorcidos com conteúdos obsessivos e dúvidas constantes. Além de demonstrar uma alternância emocional pautada por desconforto, aflições, sentimento de culpa, medo e até comportamentos depressivos.
Esses rituais compulsivos podem ser desenvolvidos no campo da higienização pessoal e do lar, na organização em geral, na simetria ou no colecionismo, variando de intensidade ao longo da evolução da doença. Se já houve a definição do diagnóstico de TOC e a pessoa realiza acompanhamento com profissional de saúde mental, é muito importante não abandonar o tratamento e não se automedicar. A falta de controle dos sintomas pode agravar a condição deste quadro.
Higiene e limpeza elevadas
A preocupação com a higiene e limpeza é essencial nesse momento, assim como elevar os cuidados e precauções para cumprir as orientações em decorrência da pandemia e evitar o contágio e a disseminação do vírus. Apesar das mudanças necessárias de rotina, é importante que não deixemos essas novas preocupações e mudanças abalarem ou causarem prejuízos na realização das atividades normais.
Lavar as mãos a todo momento, utilizar álcool em gel, usar máscaras, higienizar objetos, produtos e alimentos, fazem parte das recomendações dos órgãos competentes para eliminarmos os riscos de contaminação pelo vírus, nos mantendo protegidos e protegendo a quem amamos. Ou seja, preocupações normais dentro do cenário ao qual temos que conviver. Desde a descoberta da pandemia, são atos prudentes que fazem parte de nosso instinto de sobrevivência e defesa. Não podemos descuidar. Isso não irá provocar um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Encare as mudanças de forma consciente
O mais importante é encarar esse processo e as novas mudanças de hábitos de forma consciente e responsável, lembrando sempre que é um processo necessário e preventivo, evitando transformá-lo numa neurose paranoica, agravada por medos irracionais e obsessivos em função da instabilidade atual. Eliminando assim qualquer indício de ansiedade, de sentimentos negativos ou de alterações de humor frequentes.
A preocupação excessiva com a desinfecção apenas será considerada um transtorno se estiver atrelada a ocorrência de alterações de comportamento, pensamentos negativos e emoções instáveis, causando também uma desestrutura emocional, comprometendo o equilíbrio e podendo até desencadear uma fragilidade do sistema imunológico, o que pode acarretar problemas mais graves.
Mantenha o equilíbrio entre saúde mental e física
Para manter a sua saúde mental e o organismo equilibrados, agora e até mesmo quando o isolamento social terminar, mantenha conscientemente a calma, tentando sempre eliminar o pânico e o medo, evitando consumir notícias de forma exagerada e tendo em mente que é um período que irá passar. Siga as orientações de cuidado e prevenção, evitando os riscos de contágio e lembrando que os sofrimentos emocionais podem ser desencadeados por gatilhos de ansiedade alimentados em nossa mente. Busque meios de amenizar esses gatilhos, selecionando os conteúdos informativos, evitando favorecer o desespero e realizando atividades prazerosas que transmitam bem-estar, sem violar as recomendações de proteção que devemos seguir de forma cautelosa. Não ceda ao pânico mental e aprenda a controlar suas emoções e seus sentimentos.